quarta-feira, 7 de julho de 2010

Irã não suspenderá enriquecimento de urânio, diz Ministério de Exteriores

TEERÃ - O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, afirmou nesta terça-feira, 6, que o enriquecimento de urânio do país seguirá com base nas necessidades do país e a suspensão ou continuação dessas atividades dependerá da demanda iraniana.

"O enriquecimento de urânio é uma questão econômica, portanto a quantidade e a porcentagem do material dependerão das condições do mercado, das necessidades do país e da justificativa econômica para tanto", disse Mehmanparast durante entrevista coletiva em Teerã.

O porta-voz da chancelaria ainda rejeitou que o país vá suspender o enriquecimento de urânio como uma gesto de boa vontade para futuras negociações com o grupo 5+1, que aprovou sanções contra a República Islâmica por conta de seu programa nuclear. "O Irã já é um país nuclear e eles (Ocidente) devem saber que um povo independente não se submeteria a tais ameaças", continuou.

Mehmanparast acrescentou que as negociações com o 5+1 - formado por China, EUA, Rússia, França, Reino Unido (membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU) e Alemanha - servem para esclarecer a postura do país islâmico e não podem alterar as atividades nucleares iranianas, que ele classificou como "legais, transparentes e pacíficas".

Mehmanparast, porém, admitiu que o reator científico de Teerã está sofrendo alterações por falta de combustível. "Algumas vezes, o reator não funciona com capacidade integral", disse.

Embora o porta-voz não tenha mencionado as sanções da ONU diretamente, as dificuldades pelas quais o reator passa pode ser considerada como resultado da resolução adotada em junho. As medidas dificultam a entrada de material nuclear no Irã e enfraquece economicamente as atividades nucleares do país.

As sanções eram pretendidas pelas potências ocidentais pelos temores de que o programa nuclear do Irã tenha como objetivo a produção de armas nucleares. Teerã, porém, nega e diz que enriquece urânio apenas para fins pacíficos.

Fonte: http://www.estado.com.br/

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